A nossa vida baseia-se em ciclos. O mais comum é a necessidade de aceitação. Em algum momento das nossas vidas, queremos ser aceites por todos, e fazemos o que for preciso para isso. Nós adaptamo-nos aos outros, mudamos “quem somos” em qualquer dada situação e observador. Criamos máscaras, desempenhamos papeis, e quanto mais o fizermos, mais distante estamos de quem realmente somos. Perdemo-nos no processo.
Devemos perguntar-nos, será que é realmente assim tão mau ser quem somos? Porque se não gostamos daquilo que vemos no espelho ou sentimos por dentro, não basta mudar pelo que nos faz feliz, sem perdermos a nossa identidade? Talvez não gostamos daquilo que vemos, pois, não estamos a ver-nos, mas as nossas máscaras, medos e expectativas das outras pessoas. Enquanto não nos aceitarmos, ninguém vai, e isso é da nossa responsabilidade.
Dependendo da circunstância da vida e da nossa maturidade emocional, digamos que na adolescência por exemplo, a necessidade de ser aceite leva-nos para o estado do “não querer ser aceite”, a fase rebelde. É um processo de aprendizado, ou seja, mais como um processo de “desaprendizagem” do convencional e principalmente imposto pela sociedade para ser um “agrada a todos”.
Somos quem somos. Não pode ser de outra forma. Se não tivermos a nossa própria perspetiva particular, não haveria razão para a existência. Não poderíamos acrescentar nada de novo. Os indivíduos não são repetições de produção em massa. Os fatores autenticidade e singularidade são as chaves.
Não temos que ser aceite por todos. O principal é sermos aceites pelo próprio. O resto baseia-se nesse fundamento. Se não somos verdadeiros para connosco próprios, não podemos encontrar o nosso caminho, e vamos continuar a falhar na vida. É como tentar colocar a peça quadrada no espaço da forma triangular. Quanto mais tentarmos “calçar os sapatos” de outrem ou viver a vida das outras pessoas, mais crescemos em raiva e frustração. Com quem estamos zangados? Connosco próprios, por não nos aceitarmos e reconhecermos quem somos.
Só podemos encontrar a nossa paixão na vida quando nos encontrarmos, quando aceitarmos a nossa unicidade. Então a paz e a felicidade seguem como consequência do nosso mais precioso ato de amor-próprio. Aceitai-vos, porque não perdeis nada, a não ser o que não sois!
Eli de Lemos
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